Embora não sejam os únicos envolvidos na fertilidade e na capacidade reprodutiva de uma mulher, os ovários são inicialmente o foco quando a se fala em engravidar. Isso porque, quando a intenção é procriar, a primeira coisa que vem a mente é a ovulação. 


Sem ovulação, não existe gravidez, e no imaginário feminino, se resolvida essa questão, todas as outras são de menor importância. Embora isso seja uma inverdade, é fato que sem o trabalho adequado dos ovários nada acontece, e são eles que determinam até quando uma mulher (teoricamente) pode ser mãe. A reserva ovariana é a principal preocupação quando o assunto é ovulação, e nesse tema, a idade avançada reina no topo das preocupações femininas. 



A vida moderna, além de fazer com que a maternidade aconteça cada vez mais tarde para a grande maioria das mulheres por uma questão de tempo, também afeta a saúde e consequentemente a fertilidade das mulheres. 
Entregues à má alimentação, falta de exercícios, o vício do fumo (muitas vezes passivo), a bebidinha alcoólica nada social e o café de todo dia, acabam reduzindo sua  capacidade reprodutiva.
13% dos problemas de fertilidade estão relacionados com o fumo. Quem se expõe ao fumo, mesmo que passivamente, ao menos 6 horas por dia , aumenta em 36% as chances de problemas de fertilidade e  diminui em 34% as chances de sucesso de uma Fertilização in Vitro.


E as consequências vão além, sendo sentidas cada vez com mais frequência nos consultórios médicos.
Enfermidades reprodutivas vão se tornando cada vez mais comuns, e cada vez mais mulheres encontram barreiras diagnosticadas, que estendem o tempo de espera da sonhada gestação.
Enumeramos aqui os 7 problemas mais frequentes que afetam a fertilidade das mulheres.


1. Endometriose


Acontece principalmente com mulheres que possuem útero retrovertido (embora não seja uma regra). Partes do endométrio ( camada que reveste o interior do útero) se instalam em outros lugares como ovários, trompas, intestino.  Os sintomas mais frequentes de endometriose envolvem dor durante as relações, fluxo muito intenso com fortes cólicas menstruais. Medicamentos que cessem por alguns meses a menstruação e em casos mais severos uma cirurgia pode ser indicada. O diagnóstico pode ser feito através do exame CA 125 ou videolaparoscopia.


2. Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)


Caracterizada pela presença de pequenos cistos (microcistos) presos ao ovário (ou a ambos os ovários), tem como causa um desajuste hormonal que atrapalha o crescimento e maturação natural dos folículos ovarianosUm excesso de hormônio andrógeno (hormônios masculinos) é produzido, em conjunto com  alterações nos níveis de estrogênio e progesterona.  Outra possível causa para a síndrome dos ovários policísticos, é  obesidade, pois inibe a ação da insulina na célula, aumenta o nível de glicose no sangue e faz com que o pâncreas produza mais insulina. 
Os sintomas de SOP  mais frequentes são irregularidade menstrual, aumento de peso, problemas de pele como acne e pelos no rosto.
O tratamento depende de caso. Anticoncepcionais e medicamentos para diabetes podem ser utilizados, bem como indutores de ovulação para aumentar as chances de gravidez.
O diagnóstico é feito através de um simples ultrassom.


3. Prolactina alta  ( Hiperprolactinemia)


A prolactina é um hormônio secretado pela adeno-hipófise, e é o responsável por estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias. 


Mais comum em mulheres portadoras de SOP, também pode ocorrer após a combinação de anticoncepcionais e drogas antipsicóticas, adenomas secretores da hipófise, lesão da haste hipotalâmica  e hipotireoidismo.
O tratamento é eficaz em 90% dos casos e se dá através de medicação específica.


4.Falência ovariana precoce

Falência ovariana precoce é a perda temporária ou definitiva ( menopausa precoce)  de produzir hormônios, que acontece após a primeira menstruação e antes dos 40 anos de idade. Ela é caracterizada pela diminuição do número de óvulos e é exatamente essa condição que vai gerar alteração hormonal. Não é uma disfunção hormonal e sim a diminuição dos folículos ovarianos. 
A retirada de de um ovário, quimioterapia, radioterapia, histórico familiar, e stress alto e constante, podem ser as causas para a falência ovariana precoce.
Ondas de calor, ressecamento vaginal, diminuição da libido, dores de cabeça e perda de memória são alguns dos sintomas mais comuns.

5.Miomas

Miomas são nódulos benignos que crescem no útero ( dentro ou fora dele). Mais comum após os 40 anos, porém vem sendo encontrado com certa frequência em mulheres mais jovens.
Os sintomas mais comuns são sangramento anormal, aumento uterino, dor pélvica, dificuldade para engravidar , aborto e anemia.
O tratamento pode ser feito através de medicação, cirurgia ou mesmo embolização  da artéria uterina( bloquear o fluxo de sangue do mioma). 40% dos miomas regridem sem qualquer tratamento em até 3 anos.

6.Obstrução Tubária

É quando as trompas se encontram fechadas, impossibilitando o óvulo de chegar ao útero.
As causas podem ser muitas. As mais frequentes são infecções , causadas por DIU ou doenças sexualmente transmissíveis , como a clamídia por exemplo, Cirurgias obstétricas, endometriose, gravidez ectópica e cistos endometriais. Normalmente não produz qualquer sintoma e é diagnosticada através da histerossalpingografia.
O tratamento é a cirurgia de desobstrução , porém não é indicada em todos os casos.

7. Deficiência de Progesterona

A progesterona é um dos hormônios liberados pelos ovários, e sua principal função é preparar o revestimento do útero para a implantação do embrião. Distúrbios na produção desse hormônio podem gerar infertilidade.
As causas mais comuns são falta de apetite, alterações no peso, depressão e menstruação irregular.
O tratamento é feito através da reposição hormonal . Leia mais sobre a deficiência de progesterona aqui 

Pé no chão e esperança no coração!





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